Nº registo 127957
De acordo com um estudo recente da Lifeway Research, a maioria dos evangélicos nos Estados Unidos acredita que o país tem uma “obrigação moral de aceitar refugiados”, definidos por lei como pessoas que fogem de perseguições relacionadas com a sua raça, religião ou opiniões políticas.
Texto de Vanessa Ezequiel Lopes
O estudo, realizado entre 13 e 21 de janeiro de 2025, revela que, embora os evangélicos apoiem medidas de segurança nas fronteiras, 70% consideram que os Estados Unidos devem acolher os refugiados. A pesquisa conta com o apoio de organizações evangélicas, como a Evangelical Immigration Table e a World Relief, que têm criticado a política de imigração da administração Trump. Apesar de apoiarem a segurança nas fronteiras, os evangélicos destacam a responsabilidade cristã de ajudar os imigrantes, independentemente do seu status legal no país. Dois em cada três entrevistados afirmam que "os cristãos têm a responsabilidade de cuidar sacrificialmente de refugiados e outros estrangeiros."
No que diz respeito à imigração ilegal, a maioria dos evangélicos defende a deportação de imigrantes ilegais condenados por crimes violentos ou aqueles que representam uma ameaça à segurança nacional. Contudo, a deportação de imigrantes sem antecedentes criminais recebe menos apoio. Menos de metade dos entrevistados considera prioritária a deportação de imigrantes recentes ou de crianças imigrantes.
Sobre políticas de imigração, uma ampla maioria dos evangélicos apoia a aprovação, em 2025, de uma legislação significativa que concilie a segurança nas fronteiras com o respeito pela dignidade humana. Além disso, 80% dos evangélicos manifestam interesse em ouvir sermões que abordem como os princípios bíblicos podem ser aplicados à imigração nos Estados Unidos. Por outro lado, 55% acreditam que os cristãos têm a responsabilidade de ajudar imigrantes, mesmo que se encontrem no país de forma ilegal.
A CEO da World Relief, Myal Greene, expressou a esperança de que a administração Trump considere as preocupações dos evangélicos e reponha o programa de reassentamento de refugiados, uma política vista como crucial para proteger os cristãos perseguidos. Contudo, a organização enfrenta dificuldades financeiras devido à suspensão de fundos, o que resultou no corte de 140 postos de trabalho e no fechamento de vários escritórios.
Embora o estudo reflita uma diversidade de opiniões sobre a imigração, a principal mensagem é clara: a maioria dos evangélicos considera que a responsabilidade moral e cristã deve ser um fator importante nas políticas de imigração dos Estados Unidos.
